quarta-feira, 27 de abril de 2011
sexta-feira, 1 de abril de 2011
quinta-feira, 17 de março de 2011
sábado, 5 de março de 2011
Mendigo...
Mendigo o teu sorriso claro…
Mendigo-o para que ilumine o meu dia.
Mas apenas a cor cinza cobre a vida à minha volta.
Depois peço encarecidamente o brilho dos teus olhos…
Para que fique preso nos meus.
Mas não o sinto, não o vejo.
Mendigo o calor das tuas mãos…
E estendo as minhas na tua direcção e espero…
Mas espero em vão.
Pergunto-te no meu coração se pensas em mim…
Mas apenas recebo um silêncio rotundo, desconfortável.
Depois, dentro de mim a certeza de que não me vês.
Sou transparente, talvez feita de vidro, talvez feita de ar.
Sou uma mendiga…
Sou uma mendiga de beira de estrada…
Igual a qualquer mendigo que pede esmola num passeio de rua.
Mendigo e estendo as mãos e escondo o olhar tímido.
Sou uma mendiga da tua atenção.
Mendigo um pouco de ti na beira da tua estrada.
E espero.
Em vão. Espero sempre em vão.
Cláudia M.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Post-scriptum
No meu corpo estás tu
Dentro de mim, fora de mim, em mim…
Para sempre…
Nos meus lábios o gosto adocicado
Dos teus lábios carinhosos… ansiosos…
Para sempre…
Na minha boca ainda a tua língua
Segura e quente… num pedido urgente…
Para sempre…
Na textura dos meus dedos
Os teus dedos suaves… irrequietos…
Para sempre…
Nos meus ouvidos o som da tua voz
Quente, envolvente a dizer palavras de amor…
Para sempre.
Nos meus negros e longos caracóis rebeldes
Ainda a urgência quase bruta dos teus dedos…
Para sempre.
O teu perfume aprisionado em cada poro
Da minha pele, agrilhoando-se a cada fino pêlo meu…
Para sempre…
Na minha branca epiderme estás tu
Intensa e profundamente tatuado…
Para sempre.
Para sempre.
Cláudia M.
*Poema que escrevi para fazer parte de um texto do meu blog "Coisas Minhas".
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Inverno
Olho, triste, pela janela e já é noite cerrada
A chuva cai na vidraça, atormentada
Fustiga as árvores semi-nuas do jardim
Está um frio cortante também dentro de mim
No peito um órgão que já não bate desenfreado
Nem se importa que esteja quase morto, gelado
Olho-o bem, com muito mais atenção
E percebo que ainda é Inverno no meu coração
Lá dentro de mim o céu está sempre cinzento
E a nuvens pintadas de um tom pardacento
Os rios engrossam com cada chuvada
E a alegria há muito que se perdeu na enxurrada
Grossas gotas pendem das folhas que sobram
Sonhos nelas diluídos hesitam um pouco e tombam
E ali entre a relva húmida os sonhos ficarão esquecidos
Destinados a nunca, nunca virem a ser cumpridos
Os pássaros já não chilreiam nem acasalam
Assim como as saudades já não me abalam
Afinal já nada é para ficar, já nada é eterno
Pássaros e pessoas abalam sempre no Inverno
Os cortantes ventos gélidos que vêm do norte
Trazem consigo tristes anúncios de morte
Morrem sentimentos a cada dia que passa
Mata-os, impiedoso, o vento que os envolve e abraça
E as lágrimas rolam e deixam-me o rosto molhado
Encosto-as à janela que desaparecem no vidro gelado
Tenho tanto frio e ainda é Inverno dentro de mim
Desespero sem saber se um dia este Inverno terá um fim…
Cláudia M.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
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