quinta-feira, 2 de julho de 2009

Tristezas...





Os meus passos faziam eco na calçada molhada torturando os meus ouvidos. O dia acordara chuvoso e feio e eu ainda mais. Há muito que as lágrimas tinham tomado conta dos meus dias. Há muito que a vontade de rir desaparecera e fora substituída por lágrimas salgadas que a qualquer momento saltavam e me deixavam embaraçada perante quem por perto estivesse. E aquele dia não era excepção. Estava triste, triste, muito triste. A angústia fazia agora parte do meu dia como o café ou o cigarro ou o banho. Olhei o céu cinzento enquanto percorria a distancia do carro ao escritório e pareceu-me ainda mais feio do que antes. A chuva recomeçara a cair. Não tinha trazido guarda-chuva e aos poucos o cabelo longo e solto começou a pingar. O casaco demasiado fino para época ficou ensopado e eu tiritava. As árvores mudas e quietas vigiavam-me e não me davam abrigo. Uma lágrima rolou, mas ninguém viu porque a água da chuva fundiu-se com ela.