quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Final da peça..

De mãos enterradas nos bolsos enfrentei o frio

do mar. na cara, o vento cortante

a magoar-me. na cavidade do peito, o vazio

onde ouvi o eco de um nome e de um sentimento

vão. nas paredes nuas em ricochete

devagar. deixei-me tombar no chão em desalento

mudo. desisti de lutar por algo... patético

doloroso. quero dormir, muito, para sempre

fechar-me no meu pequeno mundo hermético

sozinha. sozinha. sozinha eu sei como viver

desde sempre. não quero que mais ninguém

me respire. não quero acordar e ver

que te foste embora sorrateiro, em surdina

não quero. não quero e nem sequer é pedir muito

acabou. que finalmente se baixe a cortina.

que nem sequer se abra para aplausos frenéticos

acabou. silêncio. apenas silêncio a ecoar no meu peito

nos nossos peitos, afinal desde sempre assimétricos...


Cláudia M.

2 comentários:

Unknown disse...

Gostei muito de te ler neste registo, ainda que triste e sofrido este poema...

Um beijinho

Butterfly disse...

Natacha...é quase sempre este o meu registo...só que por vezes...não o mostro...

:)

Um beijinho