segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Não nego...

imagem retirada da net

Não nego, porque não posso negar uma evidência. Não nego que quando tu entras tudo fica mais claro, mais brilhante, a luz no tecto fica mais branca, as cores nas paredes mais intensas.

A bebida dentro do copo mais doce, a minha mão no copo mais trémula. Não nego que o ar fica mais quente e o relógio na parede fica mudo.

Não nego que todas as vozes desaparecessem para recantos absurdos do universo.

Não posso negar que me incendeias a pele, que o teu olhar me descarna, me magoa, me arranca os ossos das pernas, dos braços, me deixa mole, bamba, frouxa, perdida…

Cometi um crime, não nego... Cometi o crime de te desejar ardentemente. E punes-me. Punes-me com a tua indiferença simpática, com sorrisos sinceros, com toques suaves no rosto e breves beijos inocentes. Punes-me assim de mansinho… sem querer…

Ai se eu pudesse dizer-te tudo o que me vai dentro do peito… Ai se eu pudesse transformar em voz os pensamentos…

Pedir-te-ia que antes me punisses com beijos sôfregos e quentes… e longos. Que algemasses o meu corpo ao teu corpo. Que me prendesses entre os teus braços. Pedir-te ia: aprisiona-me no teu peito! Ata-me! Possui-me! Ama-me! Sê meu que eu serei tua… Para sempre…

Sê meu…Mesmo que seja apenas por breves instantes…

Não seria menos culpada deste crime em que sou reincidente….mas seria mais fácil pagar as duras penas de não seres meu… para sempre…

Cláudia Moreira


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