domingo, 2 de janeiro de 2011

Para sempre.




A tarde acabou devagarinho
serena ainda, morna do sol de Outono
Retendo em si o cheiro da terra e o sabor da tua boca
a noite deitou-se comigo e tu também
Pela janela aberta chegou o cheiro do orvalho pousado
nas folhas verdes das árvores que não dormem.
E trouxe consigo de mão dada o odor quente da terra
E das estrelas
aproveitamos a luz distante e trémula.
Fizemos amor em lençóis lavados em água fria
que nasce das entranhas da montanhas e secos ao sol
A tua pele dizia-me coisas que não dizia a mais ninguém
e a tua boca também.
O longo cântico dos grilos misturava-se com a tua respiração
e era música composta pela mão de Deus ou do demónio.
Desejei que o tempo parasse
naquele momento e ficássemos assim
para sempre.
Para sempre.



Cláudia Moreira

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